14 de maio de 2006

Abismo



Quando me sento à beira do abismo, vem-me o perfume das manhãs do outro lado, na brisa macia e livre que sopra. O colorido longínquo e mutante me fascina. O silêncio me deixa ouvir o vento e meus pensamentos. Devo estar a meio caminho do céu, mas tenho aos meus pés meio caminho do inferno. Ha noites em que as nuvens, como algodão, vão ao solo e então me deito entre elas e as estrelas...

Quando me sento à beira do abismo, p
asso horas a me perguntar se valeu a pena subir e chego mil vezes à conclusão que sim, valeu! Passo dias a me perguntar como descerei desta vez e mil vezes eu tento achar a trilha, mas não consigo...

Quando me sento à beira do abismo, t
ento enxergar onde é a direção do destino, tento dissipar a dúvida entre tantos caminhos incertos.

Quando me sento à beira do abismo, é
porque, mais uma vez, não tive coragem de abrir as asas...

... e
voar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Credo to me sentindo mal,,,sou o único dessa familia que não produz nada hehehehehehehe. Muito Bom!!!
BJóóNe

Marilda Confortin disse...

Tem uma frase do Nietzsche que apareceu um dia uma aventura do Spawn,que diz: "Quando você olha para o abismo, o abismo olha para você". Nesse teu texto, Junior, você me mostrou que o "abismo" está muito Além do Bem e do Mal. Que cada um enxerga o que quer enxergar. Você sabe o quanto estou curtindo te ler. Beijão.